27 de jun. de 2013

VLADIMIR HERZOG FARIA 76 ANOS HOJE

O jornalista Vladimir Herzog completaria 76 anos nesta quinta-feira (27). Vlado Herzog nasceu em Osijek, na Iugoslávia, em 27 de junho de 1937, e se mudou para o Brasil com a família para fugir da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Naturalizado brasileiro, mudou seu nome para Vladimir. Herzog se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1959 e desde então exerceu a atividade jornalística em diferentes veículos de imprensa até ser morto sob tortura pelos militares no dia 25 de outubro de 1975, nas dependência do DOI-CODI em São Paulo, órgão de repressão do regime militar.  


Apenas no dia 15 de maio deste ano, a família de Vladimir Herzog recebeu a nova certidão de óbito do jornalista, corrigindo a versão de que Vlado teria se enforcado na cela do DOI-CODI. O novo atestado, entregue durante ato público da 68 ª Caravana da Anistia, organizada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, aponta como causa da morte lesões e maus-tratos sofridos por Herzog durante interrogatório no DOI-Codi. A alteração foi feita após pedido da Comissão Nacional da Verdade à Justiça. Na foto, ao lado do caixão, o jornalista Audálio Dantas, amigo de Vlado Herzog e presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo à época. 


AUDÁLIO DANTAS: "Desde 1964 o Sindicato dos Jornalistas estava na mão de diretores. Não vamos dizer que eles fossem apoiadores (da ditadura), mas foram no mínimo omissos. Ao assumirmos a direção em maio de 75, tínhamos consciência de que nossa função era muito mais política do que sindical. E eles (os militares) sabiam disso. Tanto é que nos documentos que consultei depois, em 2011, constava que os militares consideravam o nosso movimento uma tentativa de constituição de um partido com orientação comunista para dominar a imprensa, nacionalmente. Então, logo de início, começamos a agir como um sindicato de oposição à ditadura, discutindo a censura, organizando debates etc. Dois meses depois, como disse, estávamos envolvidos nas malhas dos militares e fomos convocados para explicar coisas. Na minha interpretação, o que aconteceu a partir da morte do Vlado foi um grito ouvido primeiro pela categoria dos jornalistas, que tinha razões de sobra para dizer “chega!”. Para se ter uma ideia, nas redações, os jornalistas recebiam frequentes comunicados dos militares sobre pessoas que morreram em confronto, em fugas, sendo que todos sabiam que não era verdade. Então houve uma reação dos jornalistas nesse sentido, pois um sindicato que era vazio de repente começou a receber jornalistas de todas as redações no dia seguinte à morte do Vlado. Eles sabiam, até por intuição, que não havia sido suicídio." 
FONTES: EBC e Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim.



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