22 de mai. de 2013

ABI PRECISA SE ABRIR AOS NOVOS TEMPOS


Por JUCA KFOURI
Conheci Maurício Azêdo assim que ingressei no jornalismo, em 1970. Na verdade, ele era um de meus chefes, na revista Placar. Com ele aprendi muito e não perdia uma oportunidade, já mais tarde, quando ia ao Rio, de estar com ele na sucursal da Editora Abril. Raciocínio agudo, rápido na resposta, militante da oposição, um exemplo. 

Depois, o corre corre da vida nos separou, mas a admiração permaneceu. Fiquei feliz ao vê-lo eleito presidente da nossa ABI, a quem eu tinha servido modestamente como um dos diretores da representação paulista, ainda na Rua Augusta.

À medida que a entidade foi perdendo suas bandeiras, também dela me afastei, embora sempre atento aos seus passos e leitor do denso jornal que produz mensalmente. Tive até a honra de ser objeto de longa, e imerecida, entrevista. Não consigo entender onde foi que Azêdo se perdeu. Por que tamanho apego ao cargo, por que a recusa da alternância de poder que sempre pregamos.

É verdade que o saudoso Barbosa Lima Sobrinho permaneceu 22 anos no posto, mas eram outros tempos e o velho pernambucano era quase sinônimo das três letras. Azêdo, aliás, o criticava pela longa permanência e parece querer bater o recorde de permanência, já ultrapassando a metade da gestão de Barbosa Lima.

Entendo que Azêdo fique magoado quando vê velhos companheiros numa chapa de oposição. Entendo, ainda, que vete candidaturas de quem se afastou da ABI e até parou de pagá-la, embora fosse tradição a liberalidade de se botar tudo em dia para estar na chapa, o que, por sinal, valeu para seu grupo. Não entendo, porém, que Azêdo diga que alguns dos oposicionistas nada tenham a ver com a ABI, eu incluído. Tenho pouco, de fato, mas tenho, e num momento sombrio da história brasileira.

E apoio a oposição não por estar contra ele, Azêdo, mas por entender que a ABI precisa se abrir aos novos tempos e desfraldar novas bandeiras, sem o que envelhecerá e será apenas uma referência aos tempos da resistência.

Agora, chamar de "quinta coluna", como está no sítio da entidade, companheiros como Audálio Dantas, Alberto Dines, Milton Coelho da Graça, Domingos Meirelles, Carlos Chagas, Flávio Tavares, Jesus Chediak, Paulo Caruso, Ziraldo e Zuenir Ventura, todos da Chapa Vladimir Herzog, vergonhosamente impedida de concorrer, é uma ofensa dessas de fazer com que se perca o respeito por quem assim baixou o nível a tal ponto.

O que a ABI não pode ser é meio de vida para quem padece de caciquismo e nepotismo.

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Leia também o artigo de Audálio Dantas
 Uma ABI amordaçada



20 de mai. de 2013

Pergunte ao João!

Em declaração publicada no site da ABI, órgão oficial da instituição que está sendo usado como panfleto de campanha para ofender jornalistas que o contestam, o presidente sub judice nega que as fotos publicadas na postagem aí embaixo sejam da Sala de Imprensa da ABI. Ele diz que as fotos foram forjadas para provar "o desmazelo e o abandono" da instituição e que aquela seria uma sala qualquer do 11º andar, onde as máquinas desativadas estariam guardadas. Vamos à verdade dos fatos:
Aquela imagem decadente da sala - limpinha até, ao contrário do desmazelo que o presidente supõe que queremos forjar -  é sim da Sala de Imprensa da ABI, onde em tempos idos os jornalistas podiam escrever suas matérias e onde, até o final da primeira gestão de Azêdo, jornalistas empobrecidos podiam fazer seus freelas e ter acesso à internet através daquele velho computador (e a isto voltaremos mais tarde). Aquelas fotos são sim da esquecida Sala de Imprensa da ABI, que tem nome e sobrenome - chama-se João Evangelista de Souza em homenagem ao radialista que durante duas décadas manteve um programa na Rádio JB chamado Pergunte ao João. Os fatos não podem ser omitidos, porque são por demais explícitos e qualquer um que se dê ao trabalho de percorrer os andares e abrir as portas do prédio histórico poderá ver. O problema é que os jornalistas se afastaram e ninguém mais vai lá. Por isso a certeza de que os fatos  poderão ser encobertos por versões ambíguas de um fausto ilusório. O presidente sub judice acha que poderá subverter a verdade apenas porque tem por trás de si o nome ABI. A ABI não merece isso.

QUEM FOI JOÃO EVANGELISTA
João Evangelista de Souza era um autodidata. Menino pobre, recolhia jornais do lixo, na Central do Brasil para, com dificuldade, aprender a soletrar palavra por palavra. Era o começo de um aprendizado que o levaria a uma trajetória de sucesso. Passado o tempo, João tornou-se jornalista, membro da Associação Brasileira de Imprensa, e um dos maiores pesquisadores do Brasil. Escreveu “Pergunte ao João” para a Rádio Jornal do Brasil durante vinte anos, patrocinado pela Light. O Programa era apresentado por Jorge Silva (o Majestade), Irene Ravache, ainda iniciante, e Anita Taranto, que atuava como garota propaganda na TV Tupi. Conta-se que o nome do programa foi sugerido pelo jornalista Alberto Dines. E a pedido do jornalista Maurício Piauí, o presidente da ABI à época homenageou o radialista, colocando uma placa na entrada da Sala de Imprensa do 11º andar. A inauguração contou com a presença do presidente Barbosa Lima Sobrinho e de toda a diretoria da Casa. A placa registrava “Sala João Evangelista" e embaixo vinha escrito "Pergunte ao João”. João Evangelista deixou uma obra de quatro volumes, editados pela Editora Conquista: “Pergunte ao João - para a leitura dos curiosos”. Os livros formam uma verdadeira enciclopédia.

FONTE: http://opoetaeoviolao.blogspot.com.br/

19 de mai. de 2013

A ABI QUE VOCÊ NÃO VÊ (2)


ACREDITE, ESTA É A  SALA DE IMPRENSA DA ABI


"QUE TEMPOS SÃO ESTES, EM QUE TEMOS QUE DEFENDER O ÓBVIO?" 
 B. BRECHT



NOTINHAS DE PÉ DE PÁGINA
Sem noção... de proporção 
Sobre o roubo, na ABI,  de duas máquinas fotográficas simpleszinhas, uma delas quebrada: o presidente sub judice da ABI deu uma "carteirada" no governador Sérgio Cabral, exigindo providências. O governador repassou a solicitação à chefe de Polícia, Marta Rocha, que garantiu que vai acompanhar o caso "pessoalmente" de seu computador. Se o computador da delegada for como o da Sala de Imprensa da ABI, o presidente sub judice pode dar adeus às maquininhas.

Botando banca
Maurício Azêdo contratou um dos mais famosos escritórios de advocacia do país para defender o posto de presidente da ABI. E anunciou o nome da banca no site da instituição! O que parece, à primeira vista, uma tentativa de intimidação pela demonstração de poder econômico mostra apenas que ele sabe que a causa é difícil. Do contrário, pouparia a conta que certamente terá que pagar ao escritório Siqueira e Castro. Ele ou a ABI? Apure-se.


A Casa está caindo
O grande auditório do nono andar da Associação Brasileira de Imprensa é uma das fontes de renda da instituição, que o aluga para finalidades as mais diversas, agregando o nome da ABI àquelas mais... digamos... politicamente nobres. Semana passada, a galinha dos ovos de ouro começou a dar sinais de cansaço - o ar condicionado entrou em colapso. E pelo jeito o coma é irreversível, porque já não há mais peças de reposição para o equipamento fabricado na década de 30 do século passado. O evento que estava acontecendo lá teve que ser transferido às pressas para o auditório do Clube de Engenharia. 


OPINIÕES PÚBLICAS

 A História - disse Cícero, o grande orador romano - é a pedra de toque que desgasta o erro e faz brilhar a verdade. A luta por uma ABI para todos continua." 
Estanislau Oliveira - Jornalista


O blog da Chapa Vladimir Herzog já contabiliza mais de 1200 acessos em 20 dias! Fiquei pensando: o mais importante da luta nem sempre é a conquista imediata dos objetivos, mas os efeitos da própria luta no tempo. Poucas vezes tantas pessoas  se interessaram pelo que está acontecendo na ABI. Tenho plena confiança de que mais dia menos dia vamos reverter a situação vergonhosa que encarcera a Instituição. E se a competência de advogados famosos nos derrotarem, a realidade dos fatos ainda continuará gritando por justiça - e isso nos basta."
Joseti Marques - jornalista

"A ABI é muito importante para os jornalistas e pretendemos ir até o fim nessa luta, perdendo ou ganhando na Justiça, perdendo ou ganhando nas eleições. Se perdermos, ficará nossa denúncia e nosso alerta, que poderá contribuir para uma mudança no futuro, e, se ganharmos, imediatamente estabeleceremos transparência na gestão e mecanismos de renovação de quadros, buscando os jovens jornalistas nas escolas e redações. Estamos movidos pela nossa consciência, sem espaço para interesses que não sejam voltados para o bem comum dos jornalistas."

Andrei Bastos - jornalista

"O mais importante de uma luta é a sua trajetória, o caminho que ela toma, as marcas que registram o processo, i.é, a sua história. Portanto, não estamos lutando em vão. Primeiro porque a nosssa ABI, neste momento, precisa de pessoas verdadeiras como nós e, segundo, porque lutar pelo bem coletivo faz parte da ética de qualquer profissão." 
 Jesus Chediak - jornalista

18 de mai. de 2013

Acompanhe as notícias:

O GLOBO: SOBRE O ARROMBAMENTO NA ABI
                    SOBRE A LUTA NA JUSTIÇA
                    SOBRE A CRISE NA INSTITUIÇÃO

Leia também:

A ABI QUE VOCÊ NÃO VÊ
JORNALISTA EXIGE DIREITO DE RESPOSTA A AZÊDO
DEPOIMENTO DO JORNALISTA CARLOS CHAGAS
ARTIGO DO JORNALISTA AUDÁLIO DANTAS


APOIOS E CONTRIBUIÇÕES (2)

JUNTE-SE A NÓS

O blog da Chapa Vladimir Herzog - uma ABI para todos já contabiliza mais de 1000 acessos nos 22 dias em que está no ar. Poucas vezes tantas pessoas - jornalista ou não, quem sabe? - interessaram-se pelo que está acontecendo com a Associação Brasileira de Imprensa. Isso nos inspira, porque mais importante do que a conquista imediata dos objetivos são os efeitos da própria luta no tempo. Temos confiança de que, mais dia menos dia, a situação inominável que encarcera a Instituição será revertida.  

Ao comentar o número de acessos no Facebook, muitos amigos curtiram e comentaram de forma entusiasmada - o que nos inspirou uma pauta! Vamos publicar frases de apoio aqui no blog. Entre para essa luta histórica por uma ABI viva! Envie seu comentário para chapavladimirherzog@gmail.com ou comente aí embaixo, neste post. Se quiser, pode enviar também uma foto que publicaremos. 

E como diz a famosa frase: "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás!" new 2013 hyundai sonataEntão, para inspirar e garantir a alegria da luta, Chico Buarque para todos!






Pensem nisso!
Bom fim de semana!



APOIOS E CONTRIBUIÇÕES:

SOBRE O DIREITO DE RESPOSTA

MANOEL MARCONDES NETO

O – finado – direito de resposta foi objeto, no início de maio, de uma troca de “posts” muito produtiva no grupo que o Clube de Comunicação mantém na internet. Lá “pelas tantas” réplicas e tréplicas, alguém comentou – lamentando a não resposta a um colega que escrevera à ABI pedindo divulgação de seu ponto de vista acerca de fatos narrados, sobre as ultimas eleições, no “website” da ABI –, dizendo-o, o direito de resposta, algo “criado pelo segmento” (ou seja, os jornais, as empresas jornalísticas). A esta manifestação respondi com o seguinte “fala”: – O direito de resposta não foi “criado pelo segmento”. Nossos queridos patrões nunca tiveram, não têm e nunca terão tamanha responsabilidade civil “por antecipação”. O direito de resposta foi mais uma daquelas criações “incompreensíveis” da ditadura; afinal ditadores não pedem direito de resposta, simplesmente fecham jornais...

Mas um daqueles que “advogam”, instalado no Supremo, “atendendo a pedidos” do “coleguinha”... Miro Teixeira (e mais a matilha de patrões), acabou com a Lei de Imprensa, levando junto o tal direito, e colocando nada no lugar.

Hoje todos os políticos donos de jornais, revistas, rádios, TVs e portais (são muitos... e, por lei, não poderiam ser – fazem uso de “laranjas”), abusam da boa fé do público “detonando” quem quiserem (ou quem seus amigos quiserem) a título de “noticiário”. Por outro lado, se a “vítima” da imprensa é “amiga” do juiz de primeira instância, lá se vai, a empresa, o blog, o portal – o que quer que seja – à breca, debaixo de uma indenização arbitrada em milhões de reais... E vá reclamar com o Papa...

A ABI é uma das instâncias – talvez a mais legítima delas, uma vez que os jornalistas não têm um Conselho Profissional (outro absurdo imposto por patrões à “opinião pública”) – com prerrogativa para exigir uma lei que reponha o direito de resposta na doutrina brasileira em Comunicação.

Os jornalistas de bem têm que retomar a ABI. Não se pode “comprar” – e muito menos “vender” – a tese de que a mesma “perdeu importância”. Ela perdeu, sim – momentaneamente – a legitimidade (e, consequentemente, a credibilidade), por incúria, incompetência e má fé dos administradores da hora (eleitos, mas depois revelados fracassos político-administrativos), e pode voltar a ser digna representante de muito mais elevados interesses da classe dos jornalistas e da cidadania.

Caros amigos do Clube de Comunicação, tenho-me manifestado sobre este tema por absoluto amor ao Jornalismo – o jornalismo sonhado e consignado nos estatutos da ABI. Descobriu-se, aqui, este errepê, nos últimos três anos (2010-2012), um defensor ferrenho de uma imprensa forte. Isto porque, sem imprensa forte, as relações públicas inexistem como deveriam ser e passam a ser nefasta e mera condição de tráfico de influência e capacidade de “controlar crises de imagem pública”. E Jornalismo se faz com jornalista! Não com os amigos e apaniguados, não com estagiários de nossos – péssimos – cursos (e incluo-me, como docente, neles), não com a ajuda do Google News...

Guardadas as muito devidas proporções, no período acima mencionado, conseguimos – 14 colegas – “virar do avesso” uma instituição, o Conrerp do Rio de Janeiro – apodrecida pelo desmando, pela miopia e pela improbidade de pelo menos uma década de incompetência político-administrativa de instituição de classe. E não precisamos “sacrificarmo-nos” e ficar mais um mandato... Conseguimos motivar outros colegas, mais jovens, a continuar segurando o bastão de uma... causa, o que, infelizmente, só uma minoria assim enxerga na representação de uma categoria profissional.

E o mal continua por aí. “Nosso” sindicato – dos errepês – acaba de ter 20 "diretores" eleitos por... pouco mais de... 20 eleitores; ou seja, “empossados” quase que por si mesmos! E lá vamos nós de novo, cavaleiros do apocalipse, pensando em como fazer para acabar com mais esta pantomima... a qual junta-se a outra, da ABRP/RJ – uma instituição de 1956 – atualmente “possuída” por alguns pouquíssimos, na obscuridade.

A luta nunca termina. Este é o preço de se constituir genuínas Instituições (assim mesmo, com “i” maiúsculo) – tema que, por força de ofício, estudo em profundidade, e que se demonstra o verdadeiro desafio de se querer colocar uma nação no chamado “primeiro mundo”. Muito mais do que consumir mais iogurte, mais TV por assinatura e mais petróleo.

Manoel Marcondes Neto é professor FAF/UERJ, secretário-geral Conrerp (2010-2012).

16 de mai. de 2013

A ABI QUE VOCÊ NÃO VÊ

ROUBO NA CASA DO JORNALISTA

O sétimo andar do prédio da ABI, onde funcionam a redação do site, os setores administrativos e a sala da presidência, foi assaltado.  Até onde se sabe, levaram duas máquinas fotográficas do site. O mais preocupante, no entanto, não é o roubo das máquinas, que nem devem ser exatamente máquinas profissionais - a ABI de Azêdo jamais considerou importante dar condições de trabalho adequadas aos poucos jornalistas do site. O que realmente preocupa é que, após a saída da polícia, a mulher do presidente e a secretária dela desceram pelas escadas de serviço carregando caixas de documentos da ABI! O que será que levaram? Por que levaram? O assunto merece uma investigação apurada. Aquela senhora não pode agir como se ela e o marido fossem donos da ABI. 

BASTIDORES DE UM CONSELHO DE CABRESTO

Cena presenciada na reunião do Conselho que daria posse à diretoria da chapa de Maurício Azêdo, apesar da eleição estar sub judice. Após a saída do oficial de Justiça que trouxe o mandado de cancelamento da posse e diante da insistência do presidente da ABI em levar a cerimônia adiante, um conselheiro ponderou que o melhor seria obedecer a Lei.  A resposta de Azêdo veio rápida e em alto brado: "Quem manda na ABI sou eu!". E o Conselho votou pela desobediência à Lei, mantendo a posse. Mais tarde, em pele de cordeiro, o presidente da ABI rogou ao juiz que mantivesse a posse para que a ABI não ficasse "acéfala", no que foi atendido, mediante o compromisso de provar que avisou a todos os associados de que a eleição transcorreria sub judice. Vamos ver como ele se sai dessa. Talvez as caixas de documentos levados pela mulher do presidente tenham algo a ver com isso. Essa é a ABI de Azêdo.
Apure-se.

JOGO SUJO NA GUERRA PARTICULAR DE AZÊDO

Seria apenas uma vergonha, não fosse um total disparate. O presidente "sub judice" da ABI usa o jornal e o site da entidade como se fossem panfletos de sua campanha, onde o que importa é construir uma imagem para o eleitorado, mesmo à custa de inverdades. Em uma das edições, para demonstrar por vias tortas  que a chapa de oposição era inviável, ele publicou o nome dos componentes da chapa Vladimir Herzog, relatando o período de inadimplência de uns e o pedido de desligamento de outros, expondo a todos publicamente. Azêdo  só não disse que a grande maioria deixou de pagar a ABI a partir de sua gestão, em uma espécie de protesto silencioso. Ele também não contou que nomes ilustres do jornalismo pediram desligamento depois de atos indignos protagonizadas por ele e pela mulher e que a todos envergonhou (essa história é longa, cheia de detalhes, mas ainda há de ser contada). Ao tentarem quitar seus débitos, os componentes da chapa de oposição foram impedidos. Enquanto anistiava com o próprio cheque as mensalidades atrasadas dos membros da sua própria chapa, os da chapa de oposição recebiam boletos informando: "Se estiver em dia com as mensalidades anteriores, pague este boleto". Além disso, os boletos não chegaram a tempo de serem quitados dentro do prazo para inscrição da chapa. No dia da eleição colocada sub judice, a anistia era oferecida escandalosamente àqueles que votariam na chapa dele. Parafraseando Boris Casoy, "isto é uma vergonha!"



15 de mai. de 2013

Leia no Estadão:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,posse-da-nova-direcao-da-abi-e-suspensa-pela-justica,1031444,0.htm

Leia em O Globo
http://oglobo.globo.com/pais/juiz-suspende-posse-de-chapa-eleita-para-direcao-da-abi-8377491

Leia na Folha de S. Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/108828-tribunal-de-justica-da-liminar-que-impede-posse-da-diretoria-da-abi.shtml

JORNAL DA ABI É USADO PARA DIVULGAR INVERDADES E JORNALISTA EXIGE DIREITO DE RESPOSTA

Pedido de Direito de Resposta

Rio de Janeiro, 15 de maio de 2013

Sr. Maurício Azêdo,

Considerando que o Jornal da ABI de abril de 2013, edição 389, publicou uma inverdade a meu respeito, peço a publicação desta carta, e de foto citada na matéria, de minha autoria, para dirimir quaisquer dúvidas, no mesmo veículo e no site da ABI, que reproduziu o conteúdo do jornal.

A bem da verdade, e dentro do contexto apresentado no material publicado, informo que sempre agi com independência, de acordo com minha consciência, e considero tolas, senão senis, as ilações de que sou pau-mandado ou pupilo de quem quer que seja. É verdade que na minha vida profissional admirei diversos colegas, que tive como mestres, o que nunca se aplicou à sua pessoa, de quem tenho a única lembrança de ter entrado na redação em que eu trabalhava e ter agredido fisicamente o editor Félix de Athayde, cena a que assisti estupefato.

Portanto, no dia 25 de abril deste ano, compareci à Assembleia-Geral Ordinária Anual da ABI de peito aberto e de modo transparente, como sócio antigo e preocupado com a situação calamitosa em que se encontra a instituição. Sempre defendi minhas opiniões aberta e francamente em tudo de que participei, encarando de frente quem pensasse o contrário, e considero idiota, senão senil, a expressão “quinta-coluna” contida no título da matéria publicada.

Ao entrar no auditório da Assembleia e ver a cena deprimente da quase totalidade das suas cadeiras vazias, com a mesa composta por apenas um protagonista solitário, fiz a foto em questão e a publiquei no mesmo dia em meu blog, o que pode ser facilmente comprovado.

Contando com o pronto atendimento ao meu pleito,

Coluna do Carlos Newton, na Tribuna da Imprensa

Azêdo derrotado na Justiça. Liminar suspende posse da diretoria da ABI.

CARLOS NEWTON / TRIBUNA DA IMPRENSA

A situação da Associação Brasileira de Imprensa está cada vez mais vexatória. Para ser eleito pela quarta vez, o presidente Mauricio Azêdo fez uma série de manobras visando a inviabilizar a formação de uma chapa oposicionista, liderada por Domingos Meirelles, que é Diretor Financeiro, e foi afastado do cargo sem explicações, tendo a mulher de Azêdo trocado a senha do programa da Tesouraria, que até então era acessado por Meirelles.

Vejam a que ponto chegamos, porque a mulher de Azêdo, Marilka, sequer é jornalista, não pertence aos quadros da associação, mas mesmo assim quer mandar nos diretores, demite funcionários, provocando cenas patéticas.

Diante de uma série de arbitrariedades, com o próprio Azêdo pagando mensalidades atrasadas de membros de sua chapa, ao mesmo tempo em que impedia que os jornalistas de oposição pudessem se habilitar, a Justiça colocou a eleição da ABI 'sub judice'. Mesmo assim, Azêdo não levou em conta a sentença, deu posse aos Conselheiros eleitos no dia 26 de abril. A posse dos conselheiros foi um descumprimento ao mandado judicial.

A oposição recorreu, impetrando uma liminar, que foi deferida pelo juiz Gustavo Henrique Nascimento Silva, da 8ª Vara Cível, e a posse da diretoria de Azêdo foi cancelada.

Melhor assim, Azêdo está tão obcecado pelo poder na ABI, que chegou a colocar em dia até as mensalidades de nosso amigo Tim Lopes, que morreu há mais de 10 anos. Além disso, em fevereiro, antes da eleição, Azêdo mandou colocar andaimes em volta do prédio, para simular que está fazendo obras. Em quatro meses, ainda não apareceu um só operário. É uma desfaçatez sem limites.

13 de mai. de 2013

Leia em O Globo : Juiz suspende posse de chapa eleita para direção da ABI

http://oglobo.globo.com/pais/juiz-suspende-posse-de-chapa-eleita-para-direcao-da-abi-8377491

Presidente desrespeita a Lei e dá posse à diretoria, mas a Justiça manda suspender

A decisão do Conselho da ABI de dar posse aos membros da chapa Prudente de Morais nesta segunda-feira, 13, ao arrepio da Lei causa imensa preocupação aos jornalistas. Não podemos deixar que o nome da ABI sirva de escudo a interesses personalistas e seja exposto ao constrangimento de depender da tutela judicial para ver garantidos os princípios democráticos por que sempre lutou. Esta nódoa o tempo transformará em cicatriz, mas a história jamais esquecerá. 
Chapa Vladimir Herzog -  por uma ABI de todos!

Despacho da Justiça: "Considerando o teor da decisão de fls. 129, defiro a liminar requerida para suspender o ato de posse da nova diretoria da ABI, até decisão judicial em sentido contrário, posto que o processo eleitoral da instituição encontra-se sub judice. Intime-se imediatamente por OJA de plantão".

12 de mai. de 2013

Relatório de Atividades da ABI Gestão 2012/2013 - Primeira Parte


                                           UM TEXTO DE OPERETA
      
Azêdo inspirou-se no pintor italiano  Caravaggio,  um mestre  na arte do claro/escuro, ao  produzir o Relatório de Atividades da Diretoria da ABI, referente ao exercício social 2012-2013. Através de uma técnica  extremamente criativa, onde a escuridão  quase sempre predominava, Caravaggio banhava seus  personagens  com exuberantes feixes  de luz.  Usava o fundo escuro e raso da tela para acentuar a transfiguração e a angústia das figuras bíblicas que pintava em primeiro plano. Como Azêdo não é Caravaggio, atrapalhou-se com a palheta, a mistura das tintas e os pincéis. Ao redigir o Relatório da Diretoria, onde pretendia maquiar, com rápidas pinceladas, a palidez da sua gestão na ABI, inverteu as cores e acabou chamando ainda mais atenção para o que pretendia ocultar.
Os primeiros indícios de que se tratava de uma falsificação grosseira afloraram no dia 16 de abril. Na reunião do Conselho Deliberativo, convocado para apreciar o trabalho da Diretoria e se manifestar sobre o parecer do Conselho Fiscal, Azêdo não permitiu que o  documento fosse distribuído entre os conselheiros presentes, como é de praxe,  para que fosse analisado pelo plenário, antes da sua exposição oral. 
            Uma das tradições da ABI sempre foi a transparência. As antigas gestões  sempre imprimiam esses documentos no jornal da Casa e os enviavam ao corpo social, antes  mesmo de serem examinados pelo Conselho Deliberativo e pela Assembléia-Geral. No ano eleitoral de 2013 foi diferente. Como Azêdo era candidato à reeleição pela quarta vez consecutiva, depois de nocautear a oposição com uma série de  casuísmos espúrios, os relatórios da Diretoria e do Conselho Fiscal  foram mantidos em segredo até o fim da sessão.
Travestido em locutor de turfe, o presidente da ABI leu então os documentos a galope, pulando vários trechos, como se transmitisse uma corrida de obstáculos, no Jockey Club Brasileiro. Não foram poucas as vezes em que elogiou a si mesmo. A auto-exaltação da sua gestão lembrava o certificado de garantia do uísque escocês vendido  no Paraguai.   Num gesto de confiança, os conselheiros aprovaram os documentos sem conhecer seu  conteúdo. 
O que teria levado o presidente da ABI a impedir que o Relatório da Diretoria fosse examinado pelo Conselho Deliberativo e pelos sócios da ABI, antes de torná-lo público, na Assembléia-Geral ?
Uma das respostas está na página 9.  Ao invés de elaborar um documento técnico e informativo, despojado de adjetivos e considerações políticas pessoais, como se exige de um documento dessa natureza, Azêdo transformou o Relatório numa faca de cozinha. Como um aprendiz de magarefe saiu estripando desafetos imaginários através das páginas de uma exposição que deveria ser pautada pela objetividade e  rigor no relato dos fatos.             
       Atacou o jornalista Domingos Meirelles, Diretor-Econômico Financeiro da Casa, acusando-o de promover campanha "de descrédito e denigrição da ABI, apontando-a como centro de uma crise financeira, com base em informações mentirosas, distorcidas e inexatas". Azêdo deu a entender que a entidade está nadando em dinheiro, o que não é verdade, como se pode constatar na página 36 do próprio Relatório.
Num gesto de desvairio, o presidente da ABI não poupou  também o repórter Lucas Vettorazzo, da Folha de S. Paulo , a quem procurou humilhar ao defini-lo como "jornalista desinformado". Na carta enviada à redação do jornal, no começo de abril, Azêdo já o  desqualificara profissionalmente dizendo  que ele não sabia escrever, atitude inaceitável para quem preside uma instituição como a ABI. No Relatório, deu ainda lições de moral, acusando a Folha de S. Paulo  de fazer mau jornalismo. No dia 29 de abril atacou o repórter Cássio Bruno, de O Globo, a quem procurou apequenar, ao dizer que manipulava informação e só fazia matéria requentada.
Quando o presidente da Associação Brasileira de Imprensa agride publicamente jornalistas, e se volta, cheio de ódio, contra publicações como O Globo, a Folha de S.Paulo  e o Estadão, acusando-as de estarem à serviço de interesses escusos, está na hora de se recorrer, com urgência, a um médico especialista, antes que seja tarde.

2 de mai. de 2013

1 de mai. de 2013

UMA ABI AMORDAÇADA


AUDÁLIO DANTAS

Não faz muito tempo, quando se falava em entidades representativas da sociedade civil, a sigla ABI aparecia sempre entre as primeiras. Era a primeira a se pronunciar sobre a violência contra jornalistas e em defesa da liberdade de expressão para todos os cidadãos. Sempre esteve à frente das lutas em defesa dos interesses nacionais, como na campanha do petróleo, nos anos 1950, e na luta de resistência à ditadura militar.

A voz da ABI foi a voz do povo brasileiro nas campanhas pelas eleições diretas, pela anistia e na denúncia dos atentados terroristas promovidos pelo regime militar e, por isso, os terroristas lançaram bombas contra sua sede, causando grande destruição.

Quando Vladimir Herzog foi morto sob tortura numa dependência do II Exército, em São Paulo, foi da ABI a primeira manifestação de solidariedade ao Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, de onde partiu a denúncia do assassinato.

A presidência da ABI foi exercida por homens do porte de Barbosa Lima Sobrinho e Prudente de Morais, neto.
Mas hoje a ABI não passa de um arremedo do que foi em seus 105 anos de história. Tanto que usa o nome de Prudente de Morais, neto para batizar uma chapa que, sem oposição, promoveu um arremedo de eleição, para garantir o quarto mandato consecutivo do atual presidente.

O que se fez a guisa de renovação de mandato não passou de uma fraude. Como outras, em anos anteriores, graças a mudanças estatutárias feitas com mão de gato.

Para garantir-se no poder, o atual presidente fez de tudo para impedir a participação da chapa de oposição, que leva o nome de Vladimir Herzog. Alegou inadimplência de integrantes da chapa, ao mesmo tempo em que tomou medidas para impedir que eles saldassem seus débitos em tempo hábil. Mas, agindo como dono da ABI, tratou de pagar, do próprio bolso, as mensalidades em atraso de mais de uma dezena de integrantes de sua chapa. Na pressa, denunciou a própria esperteza: no lugar do nome do candidato Argemiro Antonio Lopes do Nascimento escreveu atrás do cheque com que pagou as dívidas, o nome de seu irmão, o saudoso Tim Lopes.

Quer dizer, o nome de um jornalista morto em circunstâncias trágicas terminou na lista dos inadimplentes da chapa “vencedora”.

Cabe, então, uma simples pergunta: e o irmão do morto, que foi “eleito” sem ter saldado as mensalidades em atraso, como fica?

A lista de espertezas postas em prática durante o processo “eleitoral” é enorme. Mas uma delas resume tudo: por decisão judicial, a “eleição” foi realizada, mas só valerá se o atual presidente provar que não cometeu as irregularidades apontadas pela chapa de oposição, tanto em relação ao processo “eleitoral” quanto na administração da ABI.

É revelador o fato de que o candidato da chapa “vencedora” não tenha informado sobre a decisão judicial aos associados que, em boa fé, foram votar no dia 26.  


Leia também: 
"A cronologia da crise"
"A AIP apóia a chapa Vladimir Herzog"
"O que há por trás de uma luta esvaziada de interesses coletivos"
"A decadência da ABI"