27 de abr. de 2013

Número de votos comprova os argumentos da Chapa Vladimir Herzog

Os números não costumam mentir. Pois então vamos às contas: a eleição sub judice para a diretoria da ABI, nesta última sexta-feira, contabilizou 201 votantes. Foram 12 votos nulos, um em branco e 188 para a chapa única. Destes 188 que votaram na chapa da situação, 45 pertenciam à propria chapa, donde se conclui que apenas 143 eleitores compareceram à urna sem vínculos eleitorais diretos - ou espera-se que  assim tenha sido. Abstraindo-se o fato de que era uma eleição eivada de vícios, que legitimidade se pode conferir a um pleito cujo universo total de associados é de 3.000 jornalistas e ao qual compareceram apenas 4,8 %?

Os membros da Chapa Vladimir Herzog não reconhecem a legitimidade do pleito e por isso se abstiveram de testemunhar as cenas patéticas, mais tarde relatadas por companheiros que foram à sede da entidade como observadores - a mais degradante delas, a presença de dois leões de chácara contratados para dar proteção aos cabos eleitorais da chapa única, enquanto faziam boca de urna, difamando os companheiros da chapa de oposição. Um espetáculo deprimente, com texto mais deprimente ainda, repetido em ladainha a eleitores desavisados: "...eles estão a serviço da grande imprensa, dos jornalões. São comprados pela TV Globo...". 

Dá para acreditar que chegamos a isso na Associação Brasileira de Imprensa? 

A estultice que leva alguém a considerar que a ABI deve estar contra a grande imprensa e seus jornalistas é até de se relevar, pois que à burrice não se deve dar trelas. E quanto a estar "a serviço da grande imprensa", isso nem merece comentário. No entanto, o que mais nos preocupa é o fato de  os atuais inquilinos da ABI e seus agregados inferirem que os companheiros que lhes fazem oposição poderiam comparecer ao pleito e se prepararam para recebê-los com truculência - ou o que mais se poderia esperar da atuação de guarda-costas contratados? 

Uma entidade que tem em sua história a marca da luta pela defesa dos direitos da pessoa e da democracia agora serve de palco a esse tipo de espetáculo lastimável. 

Afinal, o que move essas pessoas?




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