Por JUCA
KFOURI
Conheci Maurício Azêdo assim que ingressei no
jornalismo, em 1970. Na verdade, ele era um de meus chefes, na revista Placar.
Com ele aprendi muito e não perdia uma oportunidade, já mais tarde, quando ia
ao Rio, de estar com ele na sucursal da Editora Abril. Raciocínio agudo, rápido
na resposta, militante da oposição, um exemplo.
Depois, o corre corre da vida nos separou, mas a admiração permaneceu. Fiquei feliz ao vê-lo eleito presidente da nossa ABI, a quem eu tinha servido modestamente como um dos diretores da representação paulista, ainda na Rua Augusta.
Depois, o corre corre da vida nos separou, mas a admiração permaneceu. Fiquei feliz ao vê-lo eleito presidente da nossa ABI, a quem eu tinha servido modestamente como um dos diretores da representação paulista, ainda na Rua Augusta.
À medida que a entidade foi perdendo suas
bandeiras, também dela me afastei, embora sempre atento aos seus passos e
leitor do denso jornal que produz mensalmente. Tive até a honra de ser objeto
de longa, e imerecida, entrevista. Não consigo entender onde foi que Azêdo se
perdeu. Por que tamanho apego ao cargo, por que a recusa da alternância de
poder que sempre pregamos.
É verdade que o saudoso Barbosa Lima Sobrinho
permaneceu 22 anos no posto, mas eram outros tempos e o velho pernambucano era
quase sinônimo das três letras. Azêdo, aliás, o criticava pela longa permanência
e parece querer bater o recorde de permanência, já ultrapassando a metade da
gestão de Barbosa Lima.
Entendo que Azêdo fique magoado quando vê
velhos companheiros numa chapa de oposição. Entendo, ainda, que vete
candidaturas de quem se afastou da ABI e até parou de pagá-la, embora fosse
tradição a liberalidade de se botar tudo em dia para estar na chapa, o que, por
sinal, valeu para seu grupo. Não entendo, porém, que Azêdo diga que alguns dos
oposicionistas nada tenham a ver com a ABI, eu incluído. Tenho pouco, de fato,
mas tenho, e num momento sombrio da história brasileira.
E apoio a oposição não por estar contra ele,
Azêdo, mas por entender que a ABI precisa se abrir aos novos tempos e
desfraldar novas bandeiras, sem o que envelhecerá e será apenas uma referência
aos tempos da resistência.
Agora, chamar de "quinta coluna",
como está no sítio da entidade, companheiros como Audálio Dantas, Alberto
Dines, Milton Coelho da Graça, Domingos Meirelles, Carlos Chagas, Flávio
Tavares, Jesus Chediak, Paulo Caruso, Ziraldo e Zuenir Ventura, todos da Chapa
Vladimir Herzog, vergonhosamente impedida de concorrer, é uma ofensa dessas de
fazer com que se perca o respeito por quem assim baixou o nível a tal ponto.
O que a ABI não pode ser é meio de vida para
quem padece de caciquismo e nepotismo.
Brilhante texto, Juca Kfouri. Grande abraço
ResponderExcluirVOLTO A AFIRMAR O QUE APRENDI DE MEU PROFESSOR SILVEIRA BUENO: "A CANETA, NAS MÃOS CERTAS, PODE MUITO MAIS QUE OS CANHÕES!"
ResponderExcluirGÉSNER LAS CASAS
RADIALISTA, ESCRITOR & JORNALISTA BRASILEIRO
os representantes políticos deveriam praticar; "NÃO CONCORDO COM UMA SÓ PALAVRAS DAS QUE PROFERES. MAS, DEFENDEREI ATÉ A MORTE O TEU DIREITOS DE DIZÊ-LAS."
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